Natal é sermos testemunhas do amor de Deus
O Advento é o tempo oportuno que a Igreja nos oferece para nos encontrarmos com Deus, em seu filho Jesus. Sabemos que “Deus amou tanto o mundo que lhe deu o Seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,15). Jesus veio até nós, fazendo-se homem, unicamente para que nós nos pudéssemos aproximar d’Ele. O Natal de Jesus já aconteceu para nós e agora é urgente que aconteça o natal dos homens para Jesus, que O vejamos de verdade, que O sintamos lado a lado connosco, que O amemos como Ele nos amou, que O encontremos em cada irmão, que acreditemos que Ele permanece sempre vivo entre nós
Não podemos dizer que cremos em Deus e dar um contratestemunho por não vivermos o amor aos irmãos. Jesus afirmou que será pelo amor aos irmãos que seremos reconhecidos como seus discípulos: “Filhinhos, também agora vos digo a vós. Dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei. Por isso é que todos conhecerão que sois meus discípulos – se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 35).
Esse é o nosso distintivo. Mesmo alguém que não tem uma convicção religiosa, quando vive o amor mútuo, dá testemunho da fraternidade universal que somos chamados a construir. A demonstração desse amor não é romântica e nem se atua com palavras bonitas: é feita com o serviço, com a prontidão e a disponibilidade em vivermos uns pelos outros. Quando sabemos perdoar e nos identificamos com o perdão de Deus. Quando praticamos o amor para com o próximo e somos testemunhas do amor de Deus por cada pessoa. Quando vivemos o amor mútuo cremos que Deus está entre nós e o mundo crê de verdade. É isso que nos faz testemunhas do seu amor para com todos. Só isso é verdadeiro Natal cristão.
Deus deu-nos a mais valiosa Prenda, que o mundo pode conter, Jesus. Também podemos dar muitas prendas neste Natal, mas que nenhuma seja mentira de coração ou proforma de um costume. Que não se gaste em prendas o dinheiro que não temos ou que devemos poupar, que não sejamos escravos de proformas com rótulos de amizade, que nunca desbanjemos o pão que os outros podem reclamar, porque o não têm.
Nestas duas semanas que precedem o Natal preparemos o nosso coração, na humildade, na generosidade, no silêncio interior, na reconciliação com Deus e com os irmãos, numa paz duradoura e comunicativa, na pureza de corpo e alma, no amor que vivemos em família, na aproximação dos que nos parecem mais distantes, no encanto que nos oferecem as nossas crianças, na beleza e simplicidade do presépio de Belém e do presépio que nos propomos construir em nossa casa. Estamos muito unidos a vós com a bênção do Senhor.